Particularmente, essa foi a mensagem que o curta metragem animado “Joy & Heron”, da Passion Pictures, me transmitiu.
O filme nos convida ao exercício de enxergarmos perspectivas diferentes das nossas, abrindo o caminho para novas compreensões.
Assim como no curta, esse é um dos principais temas que ensinamos em nosso Workshop de Roteiro e Storytelling.
Em qualquer situação, seja na apresentação de um projeto para a diretoria, numa reunião comercial ou mesmo em uma conversa com um familiar, não adianta querermos ser escutados e compreendidos, se não oferecemos a nossa escuta primeiro.
Logo, vou aproveitar o curta como uma ferramenta para te ensinar, de um jeito simples, as fases de um bom storytelling.
Te convido a destrincharmos juntos, todas essas fases e ensinamentos que esse filme maravilhoso nos proporciona.
Vamos comigo?
Podemos perceber as três fases de um roteiro, no curta “Joy & Heron” e que são obrigatórias em qualquer filme:
- CENÁRIO
- CONFLITO
- SOLUÇÃO
Desde o início, já podemos notar a primeira fase, o CENÁRIO, que tem a função de apresentar ao público todo o contexto que está se passando naquele momento inicial da história, como lugar, clima, ações, sensações e personagens.
Vemos um homem entrando em um barco de pesca com seu cachorrinho, Joy, provavelmente por volta das 5h da manhã, já que o céu está com uma cor linda de alvorada azul e roxa (que depois vai clareando ao longo do filme).
O pescador rema até um local adequado e inicia a sua pescaria, enquanto Joy, sem responsabilidades ou preocupações, apenas brinca com os insetos que voam perto do barco.
A segunda fase do roteiro, o CONFLITO, se apresenta com a chegada de um terceiro personagem, uma garça chamada Heron. Com uma aparência quase que debochada, Heron se aproxima do barco e rouba de dentro de uma lata, uma das minhocas que o pescador usa como isca em sua pesca.
Nesse ponto, o conflito é a parte mais importante de uma história, porque é onde se apresenta o problema que terá que ser solucionado até final do enredo. Essa fase se torna clara, a partir da interação de Joy com Heron, que late tentando impedir o roubo.
O pescador, que está de costas e totalmente alienado da situação e da interação dos dois animais, apenas se vira para repreender Joy, por conta do barulho dos latidos.
Joy fica extremamente frustrado, não só por não conseguir impedir o roubo, mas também por não ser compreendido por seu dono.
O conflito chega ao seu ápice, quando em mais uma das tentativas de roubo de Heron, Joy protege a isca com unhas e dentes (literalmente), a arrancando do bico da garça e chamando a atenção do pescador, que logo pega seu remo para espantá-la.
Heron é obrigada a retornar para seu ninho de mãos abanando (ou no caso, asas). Joy, com um ar de satisfação, observa o voo da garça de volta para o seu ninho.
É aí que temos um ponto de virada na história e no sentimento de Joy, pois agora podemos enxergar Heron em seu próprio cenário e contexto.
Heron é MÃE de três filhotes famintos que estavam aguardando ansiosamente por aquelas minhocas.
Em seguida, entramos na terceira e última fase, a SOLUÇÃO, que é simplesmente a resolução do problema apresentado na fase do conflito.
Ao compreender a motivação de Heron, Joy muda completamente a sua percepção sobre ela e decide ajudá-la.
Ele pega um punhado de minhocas e oferece à Heron. A mamãe garça então, retorna a boa ação, trazendo um monte de peixes para dentro do barco.
Ao ver aqueles peixes, o pescador parabeniza o seu cachorrinho, que se sentiu validado por seu dono, que era justamente por quem Joy estava tentando proteger as iscas.
Enfim, ele é um bom garoto, não é mesmo?
Interessante como uma lição de escuta e compreensão nos é ensinada em um filme sem palavras, com a interação entre dois animais.
Analisando bem, o único personagem que possui o poder de fala, é também o único alheio aos contextos apresentados na história.
Talvez, ficamos com a lição de que a empatia vem muito mais da escuta do que da fala.
Outro toque interessante do filme, é o período em que se passa, no comecinho da manhã, quando ainda está escuro.
Ao longo do entendimento do contexto em que a garça está inserida, vemos o dia clareando, fazendo um paralelo com o clareamento das ideias e percepções do cachorrinho, até o filme finalizar com a cena do nascer do sol.
Por fim, é através da compreensão mútua que a batalha de perspectivas se transforma na união de dois lados distintos, para que se realizem ações a fim de beneficiar ambas as partes.
Essa é uma história lúdica, mas esses conceitos podem ser facilmente adaptados para uma situação corporativa.
O conceitos de escuta e empatia são os mesmos, mas será necessário acrescentar algumas fases extras no roteiro:
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Introdução
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Cenário
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Conflito
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Solução + Argumentação
-
Chamada Para Ação
Com as ferramentas certas, você também pode enxergar e transformar as diferentes percepções das pessoas que você se relaciona em seu ambiente corporativo, sejam elas líderes, colegas, equipes ou clientes.
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