La Gracia Humaniza

conteúdo

3 provocações para entender melhor a humanização

Paula Aftimus
@paula-aftimus

Essas provocações são um convite a você que adoraria transformar pessoas perfeitas, infalíveis, fechadas e racionais em pessoas curiosas, falíveis, abertas e sensíveis. Afinal, não existe humanização se as pessoas não forem o ponto de partida.

Essas provocações são um convite a você que gostaria de poder transformar pessoas perfeitas, infalíveis, fechadas e racionais em pessoas curiosas, falíveis, abertas e sensíveis.

Há alguns anos o tema da humanização começou a ser discutido exaustivamente dentro das empresas. Inteligência artificial ganhando forma, boots substituindo atendimentos, processos sendo automatizados e células de inovação tecnológica sendo implementadas. O problema é que neste mar de tecnologia, as pessoas começaram a sentir um tanto quanto sem ar. Era como se exigissem delas que também fossem máquinas, num ambiente que só valoriza o que é produtivo e eficiente. Era?

.

Provocações para um 2020 mais humanizado

 

Ainda estamos, hoje, nesta transição entre chefes que comandam e controlam para lideranças que inspiram, engajam e abraçam a inovação. Neste processo, percebe-se que a eficiência da automatização, embora bem-vinda, não é o que coloca a empresa em outro patamar. O que faz isso são boas ideias, junto com gente comprometida, valorizada, que trabalha não só por salário, mas também por propósito.

Neste novo mundo, pautado pela agilidade em que as mudanças acontecem, é preciso considerar não mais o pensamento de poucos “iluminados”, mas criar espaços para que diversas realidades pensem, juntas, em soluções que beneficiam empresa e sociedade. Pois não existe humanização se as pessoas não forem o ponto de partida.

 

Então uma empresa humanizada é a que foca nas pessoas?

Uma empresa humanizada trabalha com um propósito evolutivo. Ela gera impacto positivo para todos os stakeholders – clientes, investidores, funcionários, parceiros, comunidades e sociedade. Com isso, consegue que essas partes as reconheçam, valorizem, confiem, admirem e até tenham uma relação de amor. Assim, acabam naturalmente sendo mais lucrativas (segundo resultados da pesquisa Empresas Humanizadas do Brasil, 1ª edição 2018/19).

 

Teoria x prática e algumas confusões

Na nossa experiência nas empresas, nas palestras e mentorias, dentro do tema humanização, algumas perguntas são recorrentes. Em comum, elas denunciam a curiosidade sobre um modelo de gestão que se mostra mais empático e acolhedor, mas também um certo ceticismo sobre a implementação deste modelo na prática. Assim, neste início de 2020, decidimos responder, aqui, três desses questionamentos, a partir de uma entrevista com Joy Baena, CEO da La Gracia e especialista em comunicação humanizada.

Aproveitamos também para colocá-los como provocações para este ano que começa. Leia com atenção, reflita, leve para o coração e depois tente imaginar essas soluções na sua realidade. Combinado?

 

Para um mundo mais humanizado, cocriação e colaboração são fundamentais

 

 

PROVOCAÇÃO 1: Ser humanizado é diferente de ser bonzinho

Assistencialismo vem do “prestar assistência a membros carentes ou necessitados da comunidade, em detrimento de uma política que os tire da condição de carentes e necessitados”. Ou seja, é exatamente o oposto do que trabalha a humanização, que trata justamente de ver o indivíduo como único, identificando potencialidades e colocando-o dentro do processo da mudança. Ao humanizarmos processos e relações, incluímos os colaboradores. Isso gera empoderamento.

Quando falamos em humanização, não falamos em “ser bonzinho”, mas em ouvir, se interessar de verdade, confiar e abrir espaço para o diálogo. Dessa forma, um líder humanizado ainda dirá “não”, ainda demitirá se necessário, ainda cobrará e se mostrará decepcionado com um resultado. Só que ele fará isso dentro de um ambiente no qual sua equipe participou dos processos, ajudou a definir resultados, se sentiu à vontade para colocar dificuldades (e provocações).

E isso só acontece quando temos um líder humanizado, que acredita neste caminho porque ele mesmo se percebe empoderado no sistema.

 

PROVOCAÇÃO 2: Não existe real comprometimento em uma falsa harmonia

Nascemos seres espontâneos, curiosos e destemidos. À medida que crescemos, junto com tudo de imprescindível que precisamos saber para sobreviver, nos ensinam também uma série de regras sociais. Na escola, na faculdade e depois no trabalho, somos bombardeados com modelos que devemos seguir e padrões aos quais devemos nos encaixar. Assim, quando trabalhamos a humanização em uma empresa, vamos atrás daquela criança que só usava máscara de super-herói para brincar, não para se proteger de um mundo que julga os imperfeitos.

Todo mundo, cada um com sua máscara, forma o que chamamos de ‘falsa harmonia’. Porque, para sobreviver, você precisa ser perfeito, super-homem, amigo de todo mundo, aguentar tudo, mas na verdade essas pessoas muitas vezes estão sofrendo, têm crises de ansiedade, tomam remédio para dormir, e não conseguem se abrir com ninguém, alerta Joy. As pessoas convivem com máscaras pois acham que para pertencer àquele ambiente é preciso ser belo, perfeito, admirado. Só que diversos estudos já mostram que o ser humano só se conecta na dor. É na vulnerabilidade que acontece a conexão.

Por isso que o processo de humanização passa justamente por quebrar essas máscaras e ajudar as pessoas a serem quem elas são. Não existe falar de humanização sem olhar para as pessoas em sua essência. Qual o impacto disso nos resultados do negócio? Quando somos nós mesmos, nos tornamos mais seguros e confiantes. E se você tem pessoas corajosas e empoderadas na sua equipe, o seu poder de engajamento para fazer com que as coisas aconteçam é imensurável.

 

PROVOCAÇÃO 3: Você não precisa ser humanizado para defender a humanização

Como assim?! Deixa eu contar uma história: quando a gente começou esse processo de humanizar a La Gracia, trabalhando a empatia, o diálogo, a cocriação e uma gestão e comunicação mais horizontal, as pessoas nos cobravam demais. As lideranças tinham que ser um espelho constante dessa nova La Gracia. O problema? Ninguém é empático o tempo todo! Relacionar-se de forma humanizada com o outro dá trabalho, demanda tempo e comprometimento. Assim, o ponto é: não é só porque você não é algo que não pode acreditar naquilo, que não pode querer se transformar naquilo, mesmo sabendo que há um longo caminho pela frente.

Quando falamos em humanizar um negócio, estamos buscando algo melhor, que prioriza o ser humano e sua individualidade. Isso passa pela cocriação, pelo diálogo, pela transparência. E aí é fundamental adotar uma comunicação humanizada, deixando claro que embora você ainda não seja, você quer ser um líder mais empático. E aí entra algo às vezes complicado para muitas pessoas na posição de liderança: pedir ajuda. Porque na humanização, uma ordem de cima para baixo “sejam mais humanos!” não funciona. As pessoas precisam ver comprometimento. Se não fizer sentido, não haverá engajamento. Então não, você não precisa ser humanizado para defender a humanização, mas precisa querer ser.

Espero que tenha gostado das nossas provocações – e que elas tenham feito sentido para você =)

 

Humanize as
apresentações, as
relações e o aprendizado
na sua empresa.

Fale com a gente

Veja também

JOY E HERON: compreensão além das palavras

Quando você se abre para escutar o outro, você estabelece uma conexão mútua e automaticamente recebe essa escuta de volta.

Ler mais

DA PECUÁRIA, UMA MENSAGEM DE BEM-ESTAR

Descubra como um bom storytelling pode transformar o impacto da sua mensagem e gerar conexão com o público, trazendo identificação e emoção.

Ler mais

A compreensão tem que ser sistêmica

A transformação à partir da visão sistêmica ao comunicar! Descubra como Maurício, da área regulatória, ganhou relevância e deixou de ser o cara que emperrava tudo.

Ler mais

A BATALHA DAS PERSPECTIVAS NA COMUNICAÇÃO

A ação surge da compreensão. E está no encontro de perspectivas, a chave para conectar e engajar seu público de forma assertiva e eficaz.

Ler mais

NÚMEROS CONTAM HISTÓRIAS?

Números, por si só, não dizem nada! Nós que damos sentido a eles, ao darmos espaço para o público fazer parte da narrativa e, assim, se conectar e se engajar.

Ler mais