Já passou da hora de repensar modelos e humanizar a organização. Cada vez mais, vemos publicações de colaboradores nas redes sociais expondo angústias que se transformaram em burnout, depressão, doenças mentais e até mesmo físicas. Ou denunciando o desalinhamento do discurso que o marketing vende lindamente para fora pras práticas aplicadas internamente pelas lideranças, pelo RH, entre as equipes, chegando até mesmo a “respingar” em parceiros e fornecedores. Engana-se imensamente quem pensa que uma liderança e uma comunicação humanizadas não têm firmeza e trazem menos resultados.
Certa vez, uma instituição financeira familiar brasileira foi vendida para um grupo holandês. Animados, o novo CEO e os diretores vieram ao Brasil para conhecer a cultura e se aproximarem dos colaboradores.
Ao chegarem, mais do que depressa, se dirigiram ao refeitório para almoçar junto com as pessoas. Na cabeça deles, essa era uma das melhores formas de se aproximar das pessoas: comer juntos e conversar sobre temas aleatórios.
Ed Conde, nosso mentor, estava na época fazendo um trabalho de comunicação para essa instituição e assistiu à cena de camarote. Sua descrição:
“Já assistiram ao filme ‘A fuga das galinhas’, quando saem em debandada? Foi mais ou menos assim. Quando os holandeses entraram no refeitório, sem avisar, as pessoas perceberam que eles eram os novos executivos. Era gente se levantando de um lado e do outro, com o prato ainda cheio de comida, largando bandeja no meio do caminho. A sensação era de desconfiança, medo. Apenas algumas pessoas ficaram sentadas com os olhos arregalados.”

Sentado sozinho na mesa, onde antes estava com pelo menos umas 30 pessoas, Ed recebeu os holandeses com um sorriso. Eles se aproximaram e delicadamente perguntaram:
“Oi, tudo bem? Podemos sentar aqui? Você sabe o que aconteceu com as pessoas para saírem assim?”
Bem. Holandeses são, por natureza, “inclusivos”, então imaginem a expressão que tinham na hora. Estavam atônitos, totalmente perdidos.
Ed, naquele momento, não tinha muita certeza da razão da debandada em massa, mas deduziu que, o que ocorreu se deu pela cultura anterior.
Ele já tinha visto que existiam algumas regras de convivência hierárquica consolidadas pela antiga gestão, tais como: não entrar no elevador quando a diretoria estava dentro, não sentar na mesma mesa para comer, não entrar em reuniões onde eles estavam…. coisas do tipo. Ouvindo isso, o CEO holandês, em especial, se mostrou bem preocupado com a situação.
Foi preciso muitos meses para mudar a percepção criada pela gestão anterior. Após várias tentativas de aproximação, o CEO resolveu entrar no time de futebol da empresa, o que gerou uma relação mais próxima e única com aquelas pessoas.
***
É mesmo estranho quando chega um CEO do nada e, para humanizar a organização, abre as portas para conversar com os colaboradores,
que demonstra interesse genuíno pelas pessoas e acredita, não na obediência e punição como forma de gestão, mas sim na aprendizagem constante, na autonomia e na criação de ambientes de confiança como forma de transformar a organização.
É realmente estranho, num país ainda dominado pela cultura comando-controle, onde “manda quem pode, obedece quem tem juízo” e tudo o que não é estritamente racional e focado no resultado, é considerado “mimimi”. Hierarquia, falta de contexto e medo ainda são maneiras de se controlar por aqui.
Mas fico mais esperançosa todas as vezes que escuto uma história: temos um novo presidente que quer humanizar a organização. Como fazemos isso?
Essa é a pergunta que vale milhões. E para nos ajudar a responder, convidamos o Rodrigo Casado, CEO da Localfrio, uma das principais operadoras logísticas do Brasil.
Há um ano, Rodrigo assumiu a empresa e vem provocando mudanças significativas e muito estranhamento na organização.

Num papo inicial com o Rodrigo, ele nos disse que bem jovem, decidiu que queria ser CEO, mas um CEO diferente. Um de seus desafios era desmistificar a imagem do CEO distante e intocável. Ele acredita que dá pra fazer diferente.
O seu lema
O que esperam de um líder é a VERDADE, é unir discurso e ações como algo único.”
É interessante pensar que algo tão simples assim possa causar estranhamento. Infelizmente, ainda vemos muitas empresas que fazem discurso bonito, mas que colocam pouco em prática.
Para Rodrigo, a imagem de CEO intocável é o que atrapalha grande parte das organizações.
Nesse bate-papo leve e descontraído, buscamos entender como o Rodrigo está colocando em prática seus ideais. Ele compartilhou conosco muitas histórias interessantes e plantou sua sementinha no R:evolucione, nosso movimento em prol de conversas que ajudam a melhorar esse mundo que a gente vive.
Dê play e inspire-se a humanizar:
***
R:evolucione
A cada encontro, trazemos convidados para discutir possíveis soluções e caminhos em resposta aos desafios encontrados na construção do futuro que queremos.
Curta, comente, compartilhe, revolucione, humanize!
Acesse AQUI a playlist com a gravação e os insights das edições anteriores.
ESCREVA PRA GENTE:
contato@
CHAMA NO ZAP:
11 97216-7036