Se eu te fizesse essa pergunta agora, “quem é você?”, o que você responderia? Continuaria apenas com o seu nome? Falaria a sua profissão? A sua cidade natal? Ficaria em silêncio, com uma repentina crise de identidade?
Assim de forma rápida, eu posso dizer que sou uma eterna inconformada, com rodinhas no pé, cabeça a mil, um pouco atrapalhada (mas é meu charme) e com uma vontade enorme de descobrir. Descobrir o quê? Não sei!
Será que essa descrição vai pra minha lápide? Se for, aposto que vão se perguntar “será que ela descobriu?”.
Olha aí, me veio agora na cabeça, que um bom jeito de começar a descobrir sobre você, é pensando na sua frase de lápide.
Um pouco macabro?
Talvez. Mas não existe um momento em que pensamos mais na nossa vida, do que no fim dela. E sobre a descrição da lápide, provavelmente ainda terão novas versões. Eu espero que sim.
Pensando cá com meus botões (como diria a minha avó Cecí), eu venho aqui todo mês com um artigo novo, expondo informações, pesquisas e reflexões, mas nunca expus quem eu realmente sou.
Talvez se eu fizer isso, você se identifique e a gente se conecte, talvez não, mas no final eu prometo que termino o texto com uma bela reflexão, combinado?
Bom, então vamos lá!
Eu já posso começar dizendo que eu tive uma criação nada convencional e muito menos monótona. Por ser filha de um cantor e piloto de ultraleve, passei boa parte da minha infância acompanhando meu pai, junto com a minha mãe e irmã, em diversas cidades onde ele era contratado para se apresentar.
Já que a minha mãe ajudava meu pai com a aparelhagem de som, a junção de duas cadeiras da plateia, com um casaco por cima me cobrindo, em vários momentos foi a minha versão de “cama”!
Eu até que gostava e dormia profundamente até o show acabar.

Por ter crescido com a arte e a liberdade de forma tão natural no meu cotidiano, sempre senti necessidade de expressar as minhas emoções. Elas nunca ficaram guardadas, afinal nunca aprendi como fazer isso, o que muitas vezes foi um problema, pois não sabia muito bem como calibra-las.
Acho que como uma forma inconsciente de proteger as minhas relações, comecei a escrever textos e poemas e em seguida me apaixonei pela música, me tornando cantora, compositora e intérprete.

Através de todas essas formas de expressão, eu poderia mostrar quem eu realmente era, talvez agora sem tantos julgamentos, por essa intensidade estar “escondida” na arte. Coloquei a minha real estranheza na conta da livre expressão artística!
Acontece que tive um momento na minha vida em que o medo superou a arte, quando, para a decepção do meu pai, escolhi prestar publicidade em vez de música, pois tive medo das incertezas e da instabilidade financeira que uma carreira artística poderia me trazer.
Eu nunca consegui sobreviver no mundo corporativo, mas sempre tentava. Entre um emprego e outro eu buscava fôlego, até começar tudo de novo e meu ar acabar novamente, me forçando a buscar algo novo, um novo fôlego.
Não querendo ser puxa saco, mas a La Gracia foi o único lugar em que eu senti que não precisava prender a respiração.
Não que a respiração fosse sempre fluída, afinal querendo ou não, ainda era um ambiente corporativo, mas me mantinha respirando, pois percebi que aqui existe algo diferente que eu só encontrava nos ambientes artísticos: Escuta e vulnerabilidade.
Em todos os outros lugares em que tentei respirar, me diziam que o som da minha respiração incomodava. Em casos mais críticos, quando o ar seco me obrigava a expelir aquele incômodo em tosses relevadoras, eu era acusada de causar o caos.
Achei finalmente um lugar onde meu caos era acolhido.
Pensando ainda sobre o ar (ou a falta dele), o que ele significa? Algo vital, não é? Sem ar não vivemos. Não podemos deixar de respirar assim que entramos no escritório para trabalhar.
Além do pulmão, pense agora em outro órgão extremante vital. Provavelmente você pensou no coração ou no cérebro, certo?
Deixando de lado as tecnicidades, dentre as várias funções vitais que a comunicação entre o cérebro e o coração promovem e criam, vamos falar de uma em especial: OS SENTIMENTOS.
Da mesma forma que estamos respirando 24h por dia, estamos também sentindo e por isso não conseguimos simplesmente apertar um botão de “desligar”, no momento que em que entramos no escritório.
Tentamos esconder os nossos seres emocionais, para darmos espaço apenas para os seres racionais.
Mas olha só que interessante!
Um dos maiores mestres em neurologia da atualidade, António Damásio, comprovou que primeiro sentimos e depois pensamos.
“Somos máquinas de sentimentos que pensam, não máquinas racionais que se emocionam.”
Negar a nossa própria natureza faz um mal danado pra saúde!
Imagino que infelizmente, você se familiariza com a Síndrome de Burnout, certo?
Ela pode se tornar presente em sua vida, quando sentimentos como medo, angústia, ansiedade e exaustão, são negligenciados, fazendo seu corpo e mente entrarem em colapso, praticamente implorando para você voltar a prestar atenção em você.
É preciso urgentemente criar ambientes corporativos saudáveis, onde não temos medo de sentir, como não temos medo de respirar.
Falamos tanto de sustentabilidade nas empresas, mas esquecemos que isso inclui promover um ambiente empático e vulnerável, que todos nós seres humanos precisamos, afinal acho que ainda não somos robôs, não é mesmo?
Falando em robôs, e citando novamente António Damásio em uma entrevista que ele concedeu para o apresentador de TV e jornalista Pedro Bial, Bial fez uma pergunta interessantíssima sobre o que Damásio imagina para o futuro do corpo e das máquinas, e aprofunda:
“Será que a tal singularidade virá? As máquinas serão amalgamadas aos seres humanos organicamente?”.
Após repassar alguns dados e análises, Damásio conclui:
“Aquilo que nós temos que nos perguntar é, o que vai acontecer quando esse movimento de inteligência artificial chegar ao seu auge?”.
O professor acredita que no futuro teremos duas alterativas.
A primeira seria os grandes especialistas de IA acreditarem que há algo de especial na inteligência biológica e que é preciso mesclar o biológico com o artificial.
Há também uma segunda possibilidade, que é desses especialistas decidirem que nada do que é biológico e da inteligência humana serve.
“Se esse for o caminho”, diz ele, “a minha previsão é de que não vamos acabar muito bem.”

Estamos abdicando de quem somos para dar lugar para o artificial? Será que a simples pergunta “quem é você?” é mais necessária e vital do que imaginamos?
No início da entrevista, António comenta que possui um lado artístico, como escritor de poemas, por isso finalizo com um poema que escrevi e que conversa bastante com o tema:
Será que estamos em evolução?
Ou apenas abrindo o caminho da nossa própria destruição?
O que queremos tanto acelerar
Processos?
Vida?
Cuidado com a linha de chegadaNa era da artificialização,
A criatura ocupa o lugar do criador,
Que agora se torna o seu operadorO mundo segue a se automatizar
O sentimento dá lugar à razão
A criatura decide acelerar
E colocar o operador em extinçãoNa busca frenética pelos avanços tecnológicos
Esquecemos que nascemos e morremos
Seres HUMANOS e analógicos.
Essa foi uma breve manifestação artística, mas você não precisa usar a arte de forma literal para mostrar quem é.
Tudo o que envolve a aceitação dos seus sentimentos, já é uma arte em si! Já é a sua expressão! Permita-se sentir e ser, da mesma forma que se permite respirar.
Ah e pensando bem aqui, acho que a descrição da minha lápide acabou de mudar. Quem sou eu?
Laiz: HUMANA
Você acha que um treinamento convencional provocaria essa reação?
“Parecia que eu não estava aprendendo nada, só me divertindo. E de repente, quando cheguei em casa à noite, tive pela primeira vez uma conversa com meu marido, que salvou meu casamento.”
Líder da Intercement. Em processo de separação com o marido há mais de 4 meses.
O Projeto Bamboo não é só sobre resolver problemas profissionais. É sobre aprender como criar ambientes de confiança e humanizar suas relações, seja onde você estiver.
O Projeto Bamboo é um jeito diferente de construir conhecimento e incorporar, na própria realidade, ações que levem à prática da Empatia, Vulnerabilidade, Subjetividade, Propósito, Construção de Conhecimento, Escuta e Ludicidade.
A partir de uma troca viva, seus colaboradores/ líderes irão aprender como construir ambientes mais seguros para sentir, perceber e refletir sobre si mesmos e suas equipes.
O objetivo é criar raízes mais profundas e desenvolver flexibilidade para se adaptarem às mudanças, de um jeito leve e divertido.
EM ENCONTROS DE 4H, TRABALHAMOS OS TEMAS:
- CORAGEM DE SER VOCÊ MESMO/A:
Seus colaboradores acreditam que vulnerabilidade é sinal de fraqueza? Entendem o papel do julgamento, como eles nascem e tem consciência de quando eles atrapalham? Tem coragem de dizer o que pensam e colaborar com ideias novas diante da diretoria? O ambiente da empresa permite que a criatividade e a inovação fluam? - COMUNICAÇÃO PARA COMPREENSÃO:
As reuniões, apresentações e interações na sua empresa, costumam ser confusas e desinteressantes? Seus colaboradores sabem adaptar o que precisa ser dito, de acordo com o público ou situação? Sente que falta engajamento na realização dos projetos que precisam ser implementados? As pessoas tem consciência das consequências geradas pelo que dizem ou fazem. - EMPATIA E ESCUTA:
Seus colaboradores conseguem identificar o que estão sentindo? Conseguem identificar suas próprias necessidades, diante dos desafios diários? Conseguem se colocar no lugar do outro diante de conflitos e/ou opiniões diferentes? Se propõem a escutar com curiosidade antes de propor soluções? Conseguem negociar necessidades de forma empática e gentil? - OUTROS TEMAS:
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Não somos máquinas.
Empatia e escuta na gestão de conflitos.
Conteúdo x Experiência.
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