Joyce Baena e Flávio Reis, sócios fundadores, no escritório recém reformado – 2010
Mas antes da gente assinar o contrato, aconteceram algumas coisas. Vamos ao contexto:
Em 2005, depois de trabalhar comigo na Totalcom, o Flávio ganhou asas e perambulou por empresas de Design, pela agência interna de uma multinacional farmacêutica e foi cursar cinema. Enquanto isso, eu fiquei ali, de 2001 a 2008, me especializando em apresentações, licitações públicas (essa parte era bem chata), planejamento estratégico, consultoria de marcas e design. Foram 7 anos vendo minha filha só aos fins de semana – sim, agência te consome todo o tempo – e de uma úlcera por conta dos prazos insanos e da pressão. Resolvi bater asas também. Não foi simples não. Tive uma forcinha do meu amigo Cláudio Venâncio, que faço questão de citar aqui. Ele saiu da agência depois de 25 anos na Direção de Mídia, montou um Festival de Comunicação Universitário, me chamou pra montar as apresentações, pra ser jurada e me disse: – Vem menina, teu talento não cabe em um só lugar. Tem um mundo inteiro aqui fora pra você. Acho que acreditar em si mesmo é uma das coisas mais difíceis pra quem deseja empreender. Você tem que acreditar ou então ver a água bater na bunda e não ter alternativas. Na época eu tinha 33 anos, ganhava pouco, trabalhava muito, não via minha filha nunca, estava 20 quilos acima do peso, triste, deprimida, feia. Comecei a fazer terapia pra arrumar a cabeça porque eu já não suportava as minhas próprias reclamações. É, acho que pra mim, empreender foi a versão 2: a água bateu na bunda. Mas apesar da água, não sou louca e resolvi seguir a cartilha da mudança: vamos aos poucos. Mudar de emprego, carreira, empreender não é decisão fácil, não se faz do dia pra noite. Entre pedir demissão e iniciar a La Gracia foram mais de 6 meses. De um lado, era preciso deixar a agência organizada, preparar um substituto. Por outro, era preciso pisar no novo mercado, ver se era possível sobreviver, se teria clientes suficientes para isso. A primeira coisa que eu precisava era de alguém pra empreender comigo. Não queria fazer isso sozinha. Liguei pro meu melhor amigo:
Joyce Baena e Flávio Reis no festa de 10 anos da La Gracia – 2019
De repente, me vi seguida por 5 mil pessoas, fiquei entre os 100 melhores blogs do Brasil no prêmio TOPBLOG. Isso em 4 meses! Vi que tinha muita gente querendo aprender mais sobre apresentações, então pensei “que tal criar um curso?”.
” – Mas todo mundo faz suas próprias apresentações, quem vai pagar por isso?”
“- Como assim? Que péssima ideia! Você vai ensinar o seu expertise? Vai criar um monte de concorrentes pra você mesma?”
Essas foram as palavras de incentivo que recebi naquela época. Mas mesmo assim, eu tinha dentro de mim que conhecimento a gente precisa compartilhar. Que todas as vezes que você ensina você sobe um degrau. Que sim, algumas pessoas poderiam ultrapassar as minhas escadas, mas sempre me veriam como o início de tudo. Era legítimo pra mim dividir o que eu sabia.
Cartaz de divulgação do curso de Design de Apresentação da La Gracia.
Turmas realizadas pela La Gracia em formato aberto e In Company.
Sócios da La Gracia: Camila Cristina Laguzzi, Joyce Baena, Flávio Reis e Luiz Grecov.
Ed Conde, consultor especialista em didática, compreensão e sentido.